sexta-feira, 6 de abril de 2012

"Pai, em Tuas mãos entrego o meu espírito."


É sexta-feira.
Dia de recolhimento, quando o
caminho da paixão e morte de
Cristo vai findando.

Aquele que fez da morte a única
forma de mostrar e trazer
aos homens a libertação total.

Se algumas palavras não bastaram,
se suas ações não convenceram,
resta-lhe a vida a ser entregue
pela vida da humanidade.

A vida sem-voz e sem-vez.
A vida dos que pagam
injustamente o peso de um sistema
perverso e de leis não cumpridas.

A vida dos que agonizam
na enfermidade incurável.
A vida dos menores abandonados,
dos presos, dos torturados,
das prostitutas,
dos sem-terra e sem-teto,
dos desempregados ou submetidos
a um salário de fome.

A vida dos sem-vida.
A vida dos profetas e inocentes.
Cristo representa essas pessoas
marginalizadas por nós
quando não partilhamos
e calamos indiferentes aos apelos
dos pequeninos.

E enquanto sua dor vai ficando
mais intensa, mais ele clama
por nós...

"Meu Deus, meu Deus, porque me
abandonaste?"... E seu povo,
ludibriado pêlos entendidos e
poderosos que não o receberam...
até que suspira.

"Pai, em tuas mãos entrego o meu
espírito."

E a cruz, o madeiro...
fica-nos como sinal do compromisso,
da renúncia, da entrega,
do discernimento.

Símbolo da fé cristã que irradia
aquele que superou a morte,
desafiando o poder de qualquer
império...

Ressuscitando como ninguém
no dia seguinte, com o
cantar dos pássaros e com a luz do amanhecer.

Vale para nós, o mesmo sentido
que São Paulo deu à ressurreição
quando falou aos coríntios.

Nossa pregação e nossa fé
são ilusórias, vazias,
se não acreditamos que Cristo
ressuscitou.

E se nossa esperança nele
é só para esta vida, somos os
mais infelizes de todos os homens.
Vem, Senhor Jesus.


De Cariolando Soares Siqueira São Paulo-SP

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